[Diários do Tradutor] A CAT Tool e os Dragões, parte 1

Que as CAT Tools são as ferramentas mais usadas pelos tradutores atualmente, muita gente já sabe (E se você não sabe o que é uma CAT Tool: em linhas gerais, é uma plataforma computadorizada de processamento de textos para uso em traduções. Em linhas bem gerais, hehe).

Embora seja perfeitamente possível traduzir um texto usando uma ferramenta genérica como o Word (e eu mesmo já tenha traduzido algumas dezenas de livros usando somente o Word), as CATs aumentam bastante a produtividade devido à agilização de tarefas repetitivas (especialmente expressões e frases que se repetem ao longo do texto), a uniformização dos termos e algumas outras funções especiais.

Entretanto, há uma espécie de “mito” entre os tradutores que diz que as CAT Tools não são tão úteis na tradução de literatura, e que o seu uso se adequa melhor às características de textos mais técnicos. E apesar de eu ter começado a usar CAT Tools para traduzir os textos de um cliente da área de saúde, achei que seria uma boa hora para colocar o “mito” à prova. Será mesmo que uma CAT Tool não apresenta um ganho de produtividade significativo quando o negócio é traduzir literatura?

“É hora de colocar esse mito à prova”.

O que me animou a testar o mito foi uma combinação de fatores. Vejamos:

  1. Recentemente eu fechei um contrato com um cliente para traduzir um livro sobre dragões (daí o título do post, haha!). Como o livro faz parte de uma série e alguns dos primeiros volumes já foram publicados, já existe um glossário relativamente grande com nomes de personagens, lugares, eventos históricos, etc. Esses nomes têm, obrigatoriamente, que se manter uniformes entre os volumes de modo a manter a consistência da narrativa e da terminologia. E uma das principais funções de uma CAT Tool é manter e gerenciar essa uniformidade dos termos de um texto (ou de uma série de textos).
  2. Fui convidado pela colega Amanda Moura, com quem já traduzi alguns livros, a dar uma oficina para apresentar CAT Tools a tradutores. Assim, essa seria uma forma de explorar um pouco mais a ferramenta, utilizando-a em um gênero textual no qual ela não é a opção mais popular.
  3. Embora já viesse usando a plataforma MateCat (www.matecat.com) desde 2017, recentemente eu conheci outra: SmartCat (www.smartcat.ai), que tem alguns recursos a mais e parece ser um pouco mais estável. E aí pensei: por que não aproveitar o projeto para testar essa CAT nova?

E, finalmente, decidi que seria legal compartilhar com os colegas e as pessoas que ocasionalmente visitam este blog as impressões e experiências de traduzir uma obra literária usando uma CAT Tool.

Wish me luck.

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